Luciana por Luciana
Fui uma criança
quieta. Fui a filha que nunca deu “dor de cabeça" para os
pais. Era a melhor aluna da classe, dedicada, comportada. Nunca
apanhei, porque segundo a minha mãe, nunca aprontei. Não que ela
soubesse.
Vivi a transição
entre o antigo e o moderno. Tive balanço de corda na árvore e tive
video game também. Joguei enduro e pac-man no Atari. Nunca pulei
elástico, nunca pulei corda, não sei andar de bicicleta. Mas
gostava de desenhar e meu xodó eram os lápis de cor, principalmente
o amarelo. Não queria ganhar bonecas, invejava mesmo era as maletas
de ferramentas de construtor e de médico que os meus irmãos
ganhavam de presente.
Gostava de brincar com
meus irmãos, que eram também os meus melhores amigos. Não sabia
brincar de boneca como as outras meninas. Minhas bonecas brincavam e
lutavam com os comandos em ação dos meus irmãos, com os
animais da fazendinha, os soldadinhos, tudo junto e misturado. Meu
Snoopy casava com a boneca sem perna e o filho deles acabava sendo o B.A.,
personagem do famoso Esquadrão Classe A. Nunca tive Barbie e
Nenezinho, as bonecas mais cobiçadas pelas meninas daqueles tempos.
Minhas bonecas eram feias, cabelos cortados, caras rabiscadas, às
vezes sem cabeça, sem braços, sem pernas.
Não fiz peraltagens.
Divertir-se não é apenas pular o muro do vizinho para catar goiaba,
quebrar a vidraça dos outros enquanto joga bola. Cada um se diverte
de um jeito. Eu me diverti a meu modo, tive bons momentos. Não tenho
saudade da infância, não quero voltar, pois cada minuto foi bem vivido. Agora, só quero seguir em frente.
Profª Luciana
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